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Valeu

Como o próprio nome diz, a Folha de Lírio é uma publicação em formato de folhetim destinada aos assuntos mais sérios que afligem a humanidade, como por exemplo, o latido noturno dos vira-latas ou espécimes arbóreas que não existem.

 

Nascida na década de 80, a Folha resiste até hoje graças a sua perseverança e inércia. Incólume ao tempo, como uma semente guardada num pote de ouro, a Folha renasce no século seguinte, fruto de uma pandemia que obrigou todos a se voltarem a si mesmos.

 

E quando os editores, olharam para dentro de si com olhares críticos, a Folha de Lírio, então em modo de instrumento de reflexão, como se fosse um espelho, mas feita apenas de papel, sem nada refletir, a não ser o próprio brilho das letras impressas onde puderam perceber a necessidade de uma luneta, pois os olhos não deixavam ver nada além das mãos suadas.

 

Neste momento de polarização, uma visão que une todos os polos. e para isso, a única maneira, é distanciar-se da realidade e voltar-se ao delírio. Mas, o delírio do homem comum que come empada com guaraná, e olhas as bolhinhas do copo pensando em responsabilidades, como já dizia o saudoso poeta Nicolau Flores.

 

A Editora Sem Pressa, com seus já 30 e poucos anos de inatividade editorial, orgulha-se de poder publicar este hebdomadário, num momento em que ninguém liga mais pra isso.

 

Para furar a Bolha Tik-Tokiana, Instagramática e do Facebulica, a Folha de Lírio, feita de papel, desafia todos os preceitos ecológicos e semiológicos  e coloca-se no mercado como uma opção tátil, tática e inútil.

 

Não interessada em “big followers numbers”, a Folha voltou-se para a grandeza da palavra em letras garrafais.

 

E para terminar, resta somente uma coisa a dizer: é importante saber o momento de quando calar-se.

Que legal

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